Muito bom Leandro!!
Os paradoxos do
consumo
Promoções, descontos,
liquidações. Na sociedade contemporânea, lidar com esses vocábulos tornou-se
fenômeno tão habitual que os indivíduos, frequentemente, estão expostos a um
grande número de propagandas, abrangendo nessa perspectiva os mais variados meios
de comunicação. O ato de consumir, incentivado por tal “marketing”, não pode
ser caracterizado como algo maléfico, uma vez que inúmeros produtos e serviços
suprem essenciais demandas da população. Por outro lado, o consumo, se não
realizado de forma consciente e cautelosa, pode trazer consequências irreversíveis.
As civilizações antigas lançavam
mão do escambo como forma de efetivar a troca de produtos entre si. A partir da
invenção da moeda, a compra e venda de mercadorias ampliou-se
significativamente. Contudo, nos dias atuais, o uso de recursos tecnológicos,
como o cartão de crédito, levam as transações comerciais a patamares
inimagináveis, fazendo com que a aquisição de uma mercadoria seja realizada
mesmo sem dinheiro disponível.
Recentemente, no contexto
brasileiro, o consumo foi utilizado como válvula de escape para o reaquecimento
da economia do país, o que resultou na facilidade de obtenção de empréstimos,
fartura de crédito e financiamentos. Tal medida governamental, no entanto, vem
recebendo duras críticas por parte de renomados economistas, na medida em que seu
uso promove a elevação do endividamento das famílias e diminuição do número de
investimentos – fatores negativos para um sólido crescimento econômico.
Cabe mencionar que o consumo
excessivo não é exclusividade dos brasileiros. Em 2008, eclodiu nos Estados
Unidos uma severa crise financeira cuja origem é atribuída, sobretudo, à
disponibilização de crédito facilitado ao setor imobiliário daquele país. Ou
seja, os cidadãos americanos adquiriram imóveis avidamente, mesmo sem condições
para pagá-los. Os resultados deste comportamento inadequado foram o fechamento
de grandes bancos e o aumento do desemprego em escala mundial.
Dessa forma, consumir, por
natureza, traz aos indivíduos o acesso a produtos e serviços que lhes
proporcionem bem-estar – algo considerado bastante salutar.Entretanto, quando o
consumo se torna desmedido, deve receber os olhares atentos tanto do governo,
como dos que sentem os seus reflexos. Assim, no intuito de atenuar o surgimento
de atitudes desproporcionais de consumo, são de grande relevância a atuação
criteriosa de órgãos monetários e fazendários e a realização de campanhas
educativas no tocante à organização de orçamento pessoal.
O cara é bom mesmo, e apesar de ter usado uma linguagem, por vezes, pomposa demais; ela não destoa nunca. Não há pontos em que o vocabulário fica pobre, é bem equilibrado. Além disso, os argumentos fogem do senso comum. Está na cara que essa pessoa é um leitor assíduo! Parabéns!
ResponderExcluirQueria eu ter um vocabulário deste .. muito equilibrado, a redação está excelente!
ResponderExcluirO texto é bom, gostei da relação com a crise do setor imobiliário estadunidense, mas essa proposta de intervenção estaria boa para o ENEM? Eu acho que talvez tenha faltado algo mais concreto, ele só encaminhou, não?
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