Oi RED, segue um artigo sobre energia no Brasil para ajudar vocês com algumas ideias:
O Ministério de Minas e Energia publicou
recentemente o Plano Decenal de Expansão de Energia para os próximos dez anos,
em que se prevê um aumento substancial da geração de energia elétrica com
usinas termoelétricas, usando carvão, óleo diesel e óleo combustível,
principalmente nos Estados do Norte do País.
Em termos práticos o que isso significa
é que a tradicional energia hidrelétrica (limpa e renovável), na qual se baseou
a industrialização do País e que hoje representa 84% da capacidade instalada,
vai cair para 76%. O que se vê pois é um aumento de energia que não é nem
renovável nem limpa, na direção oposta do que se tenta fazer em todos os países
do mundo.
A Empresa de Planejamento Energético
(EPE), responsável pelos leilões de energia, tem uma explicação simples para o
que está ocorrendo: a culpa é dos ambientalistas, que criam obstáculos ao
licenciamento e à construção de novas usinas hidrelétricas, principalmente na
Amazônia.
A EPE argumenta que as termoelétricas
constantes do Plano Decenal "são resultado dos leilões realizados" -
o que é verdade. O que a EPE não diz é que os leilões são organizados de acordo
com o modelo energético adotado no começo do governo atual e que ele é
realmente responsável pelo que está ocorrendo.
De acordo com esse modelo, vencem os
leilões os empreendedores que oferecerem energia pelo menor custo quando a
usina começar a funcionar. Aparentemente, esse é um bom sistema, porque
favorece os consumidores, mas tem o resultado perverso que favorece também as
usinas que podem ser construídas rapidamente, mesmo que sejam poluentes. Os
leilões de energia elétrica são, no fundo, como leilões para a compra de papel
para uma repartição pública: vence o de menor preço, independentemente da
qualidade, o que é uma receita perfeita para comprar o pior.
A EPE se defende argumentando que cabe ao
Ministério do Meio Ambiente e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) cuidar dos problemas da poluição, o que
coloca esse órgão da administração pública numa situação difícil, sobretudo
quando se trata de construir grandes hidrelétricas que, além de produzir
energia, têm impactos além dos ambientais.
As termoelétricas previstas -
quase todas no Norte do País - usam óleo combustível e diesel, que a Petrobrás
tem em quantidade. Os órgãos licenciadores daqueles Estados são bastante
tolerantes e por isso as obras são licenciadas rapidamente. Dificilmente seriam
licenciadas em São Paulo. Já as hidrelétricas são licenciadas pelo Ibama, que
argumenta que os estudos ambientais apresentados pelos empreendedores têm
frequentemente qualidade técnica que deixa a desejar.
Jogar a culpa nos outros é sempre a
primeira opção, mas o que se vê no caso de energia é que há um desacerto
completo dentro do governo.
Por isso surgiram propostas aberrantes para
resolver os problemas (além de substituir a ministra de Meio Ambiente). A
primeira é a de que grandes obras hidrelétricas na Amazônia seriam declaradas
de interesse nacional e o Congresso Nacional autorizaria sua realização sem
ouvir os órgãos ambientais. Ela claramente viola a Constituição e parece ter
sido abandonada.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_421755.shtml
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